quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ana - a pomba.

Ana era uma pomba velha e solitária. morava em são paulo, a selva de pedra. tinha nascido quase branca, mas conforme os anos foram passando ela foi adquirindo a cor da cidade, acho que era um desses tipos de defesa-camuflagem que alguns bichos tem, agora era cinza, cor do asfalto, do céu, dos prédios, dos ratos, de algumas pessoas. se alimentava de restos, de todo tipo, até mesmo bitucas. todo tipo de resto.
suas patas (?)(pés, garras...??) eram bem vermelhas, quase inflamadas, da cor de seus olhos. não conseguia mais voar muito alto, já não era aquela pomba ágil e ousada de antigamente que dava rasantes no meio dos carros, cagava na cabeça das pessoas e andava ciscando por aí com seu bando nas regiões mais movimentadas da cidade...estava cansada e velha. e agora só queria viver em paz com seus restos. só. e só.

Me deixa vai..

o dia quente fazia helena ter soluços, muitos so-luço-s. seu soluço a fazia suar ainda mais, era terrível, mas desde o verão passado esse mal a atormentava. já havia tentado todas as "infalíveis" simpatias: bebeu água de cabeça pra baixo, sem respirar, com uma faca na testa, terminou com a maldita garrafa d'água e nada..cantou a música da pantera cor de rosa, família Adams, deu um susto nela mesma, enfim...s-olu-çava.
sua barriga, diafragma ou sei lá onde já estavam doendo e queria muito que a noite e a brisa chegassem pro Seu Soluço partir.
A noite finalmente chegou trazendo a brisa e não levando Seu Soluço. Fo-da - - - -.